Escaparate de Baiano surgiu quando quatro estudantes da mesma
universidade em Cachoeira decidiram fazer música. Hoje formada por Leonardo Moreira (vocais,
violão), Tamires Teles (vocais, pandeiro, meia-lua e tamborim), Diogo Navarro
(guitarra), Robson Moreira (percussão), Marth Efilnikcufesin (bateria) e Matheus MF (contrabaixo), a
banda traz uma mistura intensa de rock e MPB que renova a música baiana com
faixas autorais, inspiradas pelo cotidiano. Tanto é que eles criaram um nome
para definir o gênero musical do som que fazem: Recôncavo ‘n’ Roll.
Assistimos
a um ensaio da banda para um show. Curtimos bastante e aproveitamos para pedir
uma entrevista e talvez descobrir a fórmula dessa melodia tão rica e diversa
que está crescendo na Bahia.
TN - Como foi a
primeira experiência de vocês como banda?
Começamos a ensaiar, mas não tínhamos
noção de como seria nossa identidade coletiva. Aí numa visita a uma Micareta tivemos uma experiência que foi das mais terriveis e mais lindas, não se entendia nada, era uma
confusão. De um lado uma banda de sertanejo universitário, do outro uma de axé. Aí pensamos: É isso que nós temos que resgatar, a música que é
nossa, a música baiana.
Antes, e também na década de 70, nós tivemos grandes nomes, sabe? Nomes que até hoje são grandiosos, como Gil, Caetano, Novos Baianos, Tom Zé, Cortejo Afro, Lazzo Matumbi, Armandinho..., muitos nomes que estão aí, alguns até esquecidos.
Antes, e também na década de 70, nós tivemos grandes nomes, sabe? Nomes que até hoje são grandiosos, como Gil, Caetano, Novos Baianos, Tom Zé, Cortejo Afro, Lazzo Matumbi, Armandinho..., muitos nomes que estão aí, alguns até esquecidos.
Então
é isso! Vamos fazer esse som, trazer a influência de cada um. A ideia é misturar o que cada um
têm para que todos tenham prazer em tocar.
TN - O que vocês acham
da cena musical da região (Recôncavo Baiano) em relação ao crescimento e a
valorização?
Está
melhorando. Para o que a região têm de produto musical (reggae e samba)
é pobre, em relação à visibilidade. Alguns artistas têm muito mais espaço que
outros, o reggae poderia ser pico, tipo exportação, por exemplo, mas não vira um movimento aí o cenário não cresce se amplia, mas está surgindo.
TN - Quando vocês dizem
em “Eu não quero uma canção feito chiclete para cantar no Carnaval”, na faixa-título
do EP, vocês estão assumindo uma posição, certo?
Uma
das críticas que a gente faz com a banda é essa coisa da hipervalorização da
música da capital e o esquecimento da música do interior. Espaço tem surgido.
Feira de Santana em quantidade de eventos, se comparada a Salvador, tem uma
estrutura bem maior pra esse cenário alternativo. Por exemplo, se você for a
Salvador e conseguir firmar público, você consegue tocar em qualquer lugar da
Bahia, mas Feira de Santana tem vários eventos. Cachoeira tem os eventos da
universidade, mas de certa forma limita o público. Os shows acabam sendo quase
sempre só para os estudantes. A comunidade dificilmente entra na universidade.
TN - Vocês tem uma
conta ativa no Soundcloud e o EP dá pra baixar inteiro na internet. Essa idéia
de aproveitar o espaço da internet e promover um trabalho mais virtual é uma
característica da Escaparate?
O
EP é somente virtual. Mas o CD será físico e a gente deve disponibilizar nos
shows. A idéia não é a banda lucrar com o dinheiro. Vai ser um preço simbólico
que servirá pra a gente refazer o cd, pagar os custos e continuar divulgando o
nosso trabalho.
TN – É difícil definir
um só gênero para a música que vocês fazem. Dá pra perceber bem que cada um tem
uma influência e tudo se liga quando é colocado na base das bandas baianas e
dos anos 70.
Matheus
é do Rock ‘n’ Roll, Diogo e Marth também, Robson curte rap e tem experiência em
tocar para bandas de pagode. Tamires gosta mais do samba, da bossa, música
setentista mesmo, Sérgio Sampaio, Moraes Moreira. E acho que em geral a gente
também sofre influências do axé antigo, né? Lazzo Matumbi, Luiz Caldas,
Gerônimo...
~
Tamires enfoca: Não esquece de botar aí que a gente curte Sérgio Sampaio (rs).
Quando
começou a surgir essa pegada que a gente tá hoje, eu comentava com Tamires
“Como é que esse negócio sai assim, do nada?” Não tinha nada na minha cabeça. A
gente começava a tocar o violão e daqui a pouco o pessoal já começava a compor
e a gente montava os arranjos.
Léo complementou: Talvez nem foi tão
difícil porque nós temos exemplo dessa música feita com essas misturas, que é Novos
Baianos. Eles utilizam isso com muita propriedade. Em momento nenhum o som que
a gente faz segrega outros ritmos. Pagode também tem qualidade. A melodia
percussiva, baiana mesmo, sabe? Tem a cara da Bahia.
Bom, esse foi o nosso bate-papo com Escaparate, galera. Para acompanhá-los, basta curtir a página deles no Facebook ou sempre dar uma olhadinha no Soundcloud. Ah, as músicas podem ser baixadas por lá também.
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