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sábado, 4 de maio de 2013

ENTREVISTA: ESCAPARATE DE BAIANO


Escaparate de Baiano surgiu quando quatro estudantes da mesma universidade em Cachoeira decidiram fazer música. Hoje formada por Leonardo Moreira (vocais, violão), Tamires Teles (vocais, pandeiro, meia-lua e tamborim), Diogo Navarro (guitarra), Robson Moreira (percussão), Marth Efilnikcufesin (bateria) e Matheus MF (contrabaixo), a banda traz uma mistura intensa de rock e MPB que renova a música baiana com faixas autorais, inspiradas pelo cotidiano. Tanto é que eles criaram um nome para definir o gênero musical do som que fazem: Recôncavo ‘n’ Roll.

Assistimos a um ensaio da banda para um show. Curtimos bastante e aproveitamos para pedir uma entrevista e talvez descobrir a fórmula dessa melodia tão rica e diversa que está crescendo na Bahia.



TN - Como foi a primeira experiência de vocês como banda?

Começamos a ensaiar, mas não tínhamos noção de como seria nossa identidade coletiva. Aí numa visita a uma Micareta tivemos uma experiência que foi das mais terriveis e mais lindas, não se entendia nada, era uma confusão. De um lado uma banda de sertanejo universitário, do outro uma de axé. Aí pensamos: É isso que nós temos que resgatar, a música que é nossa, a música baiana.

Antes, e também na década de 70, nós tivemos grandes nomes, sabe? Nomes que até hoje são grandiosos, como Gil, Caetano, Novos Baianos, Tom Zé, Cortejo Afro, Lazzo Matumbi, Armandinho..., muitos nomes que estão aí, alguns até esquecidos.

Então é isso! Vamos fazer esse som, trazer a influência de cada um. A ideia é misturar o que cada um têm para que todos tenham prazer em tocar.

TN - O que vocês acham da cena musical da região (Recôncavo Baiano) em relação ao crescimento e a valorização?

Está melhorando. Para o que a região têm de produto musical (reggae e samba) é pobre, em relação à visibilidade. Alguns artistas têm muito mais espaço que outros, o reggae poderia ser pico, tipo exportação, por exemplo,  mas não vira um movimento aí o cenário não cresce se amplia, mas está surgindo.

TN - Quando vocês dizem em “Eu não quero uma canção feito chiclete para cantar no Carnaval”, na faixa-título do EP, vocês estão assumindo uma posição, certo?

Uma das críticas que a gente faz com a banda é essa coisa da hipervalorização da música da capital e o esquecimento da música do interior. Espaço tem surgido. Feira de Santana em quantidade de eventos, se comparada a Salvador, tem uma estrutura bem maior pra esse cenário alternativo. Por exemplo, se você for a Salvador e conseguir firmar público, você consegue tocar em qualquer lugar da Bahia, mas Feira de Santana tem vários eventos. Cachoeira tem os eventos da universidade, mas de certa forma limita o público. Os shows acabam sendo quase sempre só para os estudantes. A comunidade dificilmente entra na universidade.



TN - Vocês tem uma conta ativa no Soundcloud e o EP dá pra baixar inteiro na internet. Essa idéia de aproveitar o espaço da internet e promover um trabalho mais virtual é uma característica da Escaparate?

O EP é somente virtual. Mas o CD será físico e a gente deve disponibilizar nos shows. A idéia não é a banda lucrar com o dinheiro. Vai ser um preço simbólico que servirá pra a gente refazer o cd, pagar os custos e continuar divulgando o nosso trabalho.

TN – É difícil definir um só gênero para a música que vocês fazem. Dá pra perceber bem que cada um tem uma influência e tudo se liga quando é colocado na base das bandas baianas e dos anos 70.

Matheus é do Rock ‘n’ Roll, Diogo e Marth também, Robson curte rap e tem experiência em tocar para bandas de pagode. Tamires gosta mais do samba, da bossa, música setentista mesmo, Sérgio Sampaio, Moraes Moreira. E acho que em geral a gente também sofre influências do axé antigo, né? Lazzo Matumbi, Luiz Caldas, Gerônimo...
~ Tamires enfoca: Não esquece de botar aí que a gente curte Sérgio Sampaio (rs).


TN - Robson, foi difícil inserir esse ritmo mais gingado com pagode na sonoridade da banda cheia de guitarras e baterias?

Quando começou a surgir essa pegada que a gente tá hoje, eu comentava com Tamires “Como é que esse negócio sai assim, do nada?” Não tinha nada na minha cabeça. A gente começava a tocar o violão e daqui a pouco o pessoal já começava a compor e a gente montava os arranjos.

Léo complementou: Talvez nem foi tão difícil porque nós temos exemplo dessa música feita com essas misturas, que é Novos Baianos. Eles utilizam isso com muita propriedade. Em momento nenhum o som que a gente faz segrega outros ritmos. Pagode também tem qualidade. A melodia percussiva, baiana mesmo, sabe? Tem a cara da Bahia.




Bom, esse foi o nosso bate-papo com Escaparate, galera. Para acompanhá-los, basta curtir a página deles no Facebook ou sempre dar uma olhadinha no Soundcloud. Ah, as músicas podem ser baixadas por lá também.

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