Clarice Falcão é uma mega artista, daquelas tão cheias de talento que fica difícil acompanhar. Tem trabalhos como atriz na Globo, como roteirista em filmes, como escritora de peças junto com o namorado Gregório Duvivier e como comediante no brilhante projeto Porta dos Fundos. Mas talvez a área artística que Clarice brilhe com mais originalidade é em sua música, que carrega o tom pessoal que o teatro exige e o humor ácido nas composições.
O destaque começou em seu canal no Youtube, que logo começou a ter todos os vídeos repercutindo na internet como verdadeiros virais. Ela não é dessas cantoras de vozeirão, e nem precisa ser, seu timbre é perfeito para acompanhar o caráter sarcástico e fofo das canções. Sem grandes arranjos, o impacto acontece só com os vocais e o violão. As letras são sensacionais e muito bem sacadas, sempre contam uma história, talvez fruto da experiência com o cinema. Falam de loucura e amores insuportáveis como em Oitavo Andar ("Quando eu te vi fechar a porta eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar / E me ver caindo em cima de você como uma bigorna cai em cima de um cartoon qualquer") ou na paranóica Macaé ("Ei, vai pegar mal se eu contar que eu imprimi todo o seu mapa astral? / Ei, se eu falar foi por amor que eu invadi o seu computador, você pega um avião?).
A indicação é o EP EP, que precede o disco completo com quatro das melhores músicas já lançadas pela menina. O formato está cada vez mais popular no Brasil depois do lançamento do iTunes por aqui, especialmente pelo preço acessível que favorece o consumo digital, e já foi utilizado por figuras como Roberto Carlos (2 milhões de cópias vendidas com Esse Cara Sou Eu), Sandy e a banda Jota Quest.
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